sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tua presença

Em uma noite comum,
Que o dia já anunciava nenhum acontecimento,
E que o sono viria logo para que a dor fosse embora,
Você surgiu, eu despertei.
Já não mais te via e você retornou.
Um beijo e outro beijo,
Carinhos, olhar profundo.
Senti seu toque suave,
E a perfeição como nos encaixamos.
Não falamos nada pessoal,
Apesar de nos conhecermos bem,
E entre risos e seu jeito engraçado,
As horas passaram e não pude parar o tempo.
Queria ele congelado sempre nesta noite,
Não apenas de prazer,
Mas de um carinho imensurável.
Nessa noite, você anjo que já conhecia,
Mostrou que não perdemos o que chamam de química,
Nem sequer as pequenas coisas,
Que fazem rir e irritam.
Pude te irritar,
Te fazer sorrir,
Fazer você se abrir,
Ultrapassar a muralha,
Para descobrir a perda que tive.
A perda que hoje sufoca,
Mas tua presença alivia.
A tua presença que sempre ergueu,
Que provocou, mas foi amável,
E entre tantas diferenças,
Paixão à flor da pele,
Mesmo com o passar dos anos,
Serei chato assim como você é chata,
Mas de uma forma gostosa de viver,
Pois a leveza que encontro em seus olhos,
É minha fonte de energia,
Que eleva,
Que me faz acreditar.
Nas nossas loucuras,
Em sonhos pequenos,
Em carinhos doces,
Em beijos quentes,
Em noites de abraço,
Em dias de solidão,
Apenas lembro-me de um tempo que passou,
Lembro de uma noite,
Que vi a vida de volta,
Parecendo perfeita,
Até o dia amanhecer.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Loucura moderna no final de ano


                Nada tão pouco original do que chegar ao tão esperado final de ano e falar do dito cujo. Mas como o natal está próximo podemos falar não necessariamente das compras ou presentes ou do peru da ceia. Algo interessante chama nossa atenção nesses dias.
            Diferente que na terra de Papai Noel, em nosso país o calor nessa época torna-se insuportável.  Além de ser o assunto do momento torna-se a razão do mau humor de uma quantidade expressiva de pessoas. Essas alterações podem ser um olhar feio com a testa franzida ou xingamentos e discussões. Fica a gosto do alterado.
            Passamos o ano todo correndo, ocupadíssimos e quando ele termina estamos mais ocupados ainda. Não há como sair na rua tamanho movimento. E me pergunto de onde saiu tanta gente que antes nunca tinha visto. Mas por um lado nada como pegar uma rua ou mesmo o calçadão e sair somente para observar. Encontrar um banco para ficar sentado e analisando as peculiaridades.
            O que torna a missão difícil são os desvios que fazemos para não esbarrarmos em ninguém, vai que é uma daquelas criaturas alteradas. As probabilidades são enormes. Mas se não fosse para correr o risco, que fique em casa. Tantos desvios se tornam um excelente exercício, junto é claro com o ritmo que acompanhamos das pessoas. Depende, às vezes temos senhoras com sacolas enormes que eu mesmo caberia numa delas, com tantos presentes, não tem como ir tão rápido.
            O fato é que todos querem comprar e ir para casa, estar com a família, esticar as pernas, tomar muita água e não perder a novela. De tudo que pode acontecer nesse martírio, nesse final de ano que mais parece o final de tudo, do mundo, é que algumas pessoas sorriem, mesmo que o suor e o grude impregnado na roupa e na pele alcance você num forte abraço, são pessoas de bem com a vida.
            Correm, brincam com as situações de estresse, se divertem, aproveitam o congestionamento tomar um sorvete. Não importa o calor, nem o alterado, nem mesmo a correria, o que importa é que num momento desses, se não temos sequer um ventilador, nem água, e temos que esperar certo tempo, o que vale é lembrar que sempre pode ser pior. Assim como esse texto, já não estava gostando e vi que posso piorar, então encerro com um belo, ho ho ho.

Um ótimo natal e ano novo a todos! Obrigado por acompanharem o blog. Felicidades!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Algo da vida

O que foi sonhado numa vida,
Desmanchou-se com o ar.
Do que foram sonhos e carinhos,
Fumaça se tornou.
Nem compreensão,
Nem sequer afeto,
Somente um desejo para saciar.
Novos velhos amores,
Outros caminhos,
Que se cruzam com o nosso.
Se foi prazer,
Prazer em conhecê-la,
O abandono inesquecível.
Das promessas quebradas,
Errei ao dizer que era minha.
Não possuo, não tenho posses,
E do esquecimento vivo,
Num labirinto de dúvidas.
Se o amor foi sincero,
Se o erro foi somente meu,
Não diga nada nesta noite fria,
Apenas procuro abrigo,
Para o vazio que ficou.

Escrito em silêncio

Este texto é uma homenagem à grande amiga Solange que em função de questões pessoais encerrou seu blog. Os versos que apesar de escritos por alguém ficam sujeitos e pertencem à interpretação do leitor, porém o mesmo não são as razões nem mesmo o sentimento que vive hoje Solange. Talvez uma pequena parte, mas afinal quem não vive momentos assim. Enfim queria dedicá-lo à pessoa que sempre nos encantou com seus pensamentos. Obrigado Sol pelas postagens que hoje fazem falta para muitos.


Em silêncio escrevo o que não poderia dizer,
Em silêncio imagino um mundo diferente,
Em silêncio tenho sonhos que são como segredos,
Revelados nas entrelinhas,
Desvendados por poucos.
Em silêncio grito,
Peço ajuda,
Elogio o que é belo.
Em silêncio contemplo o magnífico,
Mas sinto o mal da solidão.
Em silêncio não calo meu coração,
Nem sequer meus sentidos,
Pois o que tenho comigo,
É mais uma forma de expressão.
Em silêncio me entrego,
Como nunca havia feito.
Toda angústia ou alegria,
Habitam meu silêncio,
E assim em conversas e elogios,
Mantenho-me em silêncio,
Com certa tristeza, mas não o fim,
Com a despedida que voltará.
Como todo amor que vai e volta,
Como um jogo do destino,
Meu silêncio se ouvirá,
Como um grito dizendo,
Aprendi a amar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Meu chefe é um chato!

              Quantas vezes ouvimos ou fizemos reclamações de nossos chefes, seja com os colegas ou então com a família. Sentados num bar tomando aquela cerveja bem gelada depois do expediente e reclamando da estupidez e ignorância do fulano.
            O interessante é que hoje temos uma divisão que não sei se é de senso comum, mas poderíamos dizer que nem sempre paramos para reclamar do nosso chefe. Há no mundo criaturas raras que são capazes de ter uma excelente relação com seus funcionários. Preserve estes, mentes abertas, que sabem lidar com respeito sem se impor pelo medo.
            Se tiveres um chefe assim, certamente ele estará tomando a cerveja gelada junto com todos, até porque ninguém sairá correndo do trabalho. Pois existe um padrão curioso de funcionário insatisfeito e desgostoso com o chefe, ele chega se arrastando ao entrar na empresa como se uma força de outro mundo o puxasse para fora. E quando chega a hora de ir embora, desaparece de forma tão rápida que desafia as leis da física.
            Essa briga é antiga e remete aos antigos exploradores de um tempo passado que não serve mais aos dias atuais. Empresas onde o funcionário ganha uma soneca após o almoço ou permite um pequeno intervalo para espairecer são as que crescem. As demais vão à falência ou ficam estagnadas no perigo de fechar as portas.
            Há quem ofereça um tempo para jogar videogame ou andar de skate com pista dentro do escritório. Outras oferecem um ambiente semelhante ao de universidade onde se pode andar de bicicleta e o funcionário deve dedicar 20% do seu tempo a idéias e projetos próprios, rentável para ambos.
            O mundo capitalista com sua crueldade hoje favorece empresas com funcionários satisfeitos. Não precisa ser uma grande empresa, pode ser de pequeno ou médio porte.
            Enfim, um chefe chato tomará sua cerveja sozinho e por mais que esteja gelada, sua orelha estará em chamas. Então se você é subordinado de alguém com visão, mente aberta, que saiba lidar com as diferenças sem abusar do poder, pense duas vezes antes de pedir as contas, pois o próximo pode ser um carrasco. E você carrasco, pense que na verdade não soube pensar até hoje, então a partir de amanhã aprenda a pensar e a cerveja terá um gosto de bons amigos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pequenos versos

Numa noite escura,
Nada de prazer,
Num dia entediante,
Nada para beber.
A tensão aumenta na cidade,
Grande ou pequena.
Sonhos morrem em cada adormecer.
Nem tudo é o que parece ser.
Parecidos somos nós,
Vagando por caminhos,
Desejando bons destinos.
Chega a madrugada, embriaga,
De prazer.
Não há lugar que leve à solução.
A dúvida e a verdade,
Duas sombras ao amanhecer.
Carros e pessoas, nada a dizer,
O mundo gira fora de controle,
Controle de emoções,
Paixões no anoitecer.
Perigos que traduzem,
Uma vida criminosa,
Sem crime para cometer.
Se os versos fossem palavras roubadas,
Te daria o amor,
Em pequenos versos.