quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A fuga

As balas estão perto,

A morte se pronuncia,
Num sussurro,
Ouvido em todo vilarejo.
Ninguém sabe nada além de matar,
O inimigo é estranho e amigo,
Não se tem certeza do alvo.
Pode-se morrer sonhando,
Ou pensando em algo belo,
Como um passeio num bosque,
Ou um encontro romântico com sorvete.
Mas as balas e torpedos traçam o céu,
E ninguém se sente à vontade nesse abismo,
Que os anjos abandonaram,
E deus se recusa a chegar.
Seres humanos à mercê da morte,
Por desejar sonhar,
Que seu país,
Poderia ser seguro,
Que poderia caminhar,
Que poderia opinar,
Mas foi morto por pensar.
Seu país decidiu,
Que não poderia ser humano,
Ele desistiu,
Mas sua história ficou marcada,
Não por uma bela edição na televisão,
Mas pelo sangue no corpo,
Que todos esquecerão,
No dia seguinte,
Afinal, foi apenas uma guerra.