domingo, 30 de dezembro de 2012

Doce garota



Seus sentidos eram aguçados,
Seus argumentos indiscutíveis,
Nunca tive forças,
Para olhar e querer dizer uma palavra,
Pois seu conteúdo era forte demais.
Um dia doce garota,
Você havia se tornado meu aconchego,
Local onde minhas idéias podiam atingir o céu,
Onde poderia te ter como causa das minhas derrotas ou vitórias,
Quando sua voz se fazia ouvir,
Assim te conheci,
Tão independente e forte,
Auto-suficiente e poderosa,
Que me fazia tremer.
Hoje é uma menina medrosa,
Sem convicções,
Desconhece os argumentos,
E tudo que havia de lindo e belo,
Não, não morreu, você matou dentro de ti.
Doce garota,
Que hoje perambula pelo que crê conhecimento,
Um dia foi tão linda,
E hoje uma bela flor morreu.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Quando chega o fim



Quando chega o fim.
Quando percebemos os erros,
Num breve instante de reflexão,
O tempo já passou,
Passou um dia,
Passou um mês,
Passou um ano inteiro.
Quando tropeçamos nas pedras,
Caminhando no escuro,
Machucamos a alma,
E o peito sangra.
Quando choramos na madrugada,
Não há um peito amigo,
A solidão é companhia indesejada.
Sempre haverá um pedido de socorro,
Um grito de dor,
Uma alma solitária.
Essa noite apenas diga que me ama,
Mesmo que ao amanhecer você desapareça,
Minta por uma noite,
Conforte meu coração,
Me faça sentir segurança,
Para que eu possa protegê-la.
Apenas hoje diga sim,
Diga que os sonhos não morreram,
Diga que as estrelas brilham para nós.
Diga que a Lua nos protegerá dos males do mundo.
Diga que não precisamos de muros, nem grades,
Pois nosso momento é divino.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Carta ao Papai Noel



Querido Papai Noel este ano não me comportei, mas posso dizer que foi um ano e tanto. Mesmo assim tenho alguns pedidos a fazer e como o mundo vai acabar antes do natal estou escrevendo com antecedência, pois sei que o senhor estará escondido em uma caverna subterrânea com seu trenó e muitos panetones.
            Em primeiro lugar queria que diminuísse o calor em minha cidade, pois está insuportável. Acho que esse pedido cabe a São Pedro e não ao senhor. Então, prosseguindo, queria uma bicicleta para pedalar incessantemente por trilhas desconhecidas.
            Queria também um carrinho para percorrer inúmeras estradas, até onde minha imaginação me levar. Ser um grande piloto e não ter medo do vento batendo no rosto, então me manda um conversível. Não precisa ser nada tão caro e luxuoso, mas que seja vermelho.
            Queria um desses bonecos de algum herói famoso, pois com o tempo matei os meus e preciso novamente acreditar em algo. Me mande algo engraçado para que possa sorrir novamente. Enfim, que nesses últimos dias de vida que temos, quero voltar a ser criança, com a simplicidade, sinceridade, curiosidade e imaginação.
            Estes seriam meus pedidos. Não preciso pedir a paz mundial, além de o mundo acabar isso não iria acontecer. Não preciso pedir que as pessoas amem ou sejam melhores, não terá ninguém por aqui.
            Também não vou pedir que volte ano que vem, não estarei aqui, aliás creio que o senhor irá tirar férias.
            Enfim, bom velhinho, meus pedidos estão feitos. Agora preciso saber como envio, se mando pelos Correios, email, via facebook, vou tentar descobrir e assim que souber receberás minha carta.

Tristeza poética



Triste quando a folha permanece em branco
Por horas e horas,
E nenhuma palavra é capaz de preencher o vazio.
Triste quando a inspiração desaparece,
Torna-se traiçoeira,
Nos engana por dias.
O que resta são pensamentos vagos,
Perdidos como seu criador.
A imaginação perde forças,
E o que existe é silêncio.
Um silêncio que perturba,
Pois não é paz a sensação,
Mas sim o incômodo profundo.
Insatisfação,
Desespero,
Sinais de angústia.
O dia é um longo marasmo,
A noite é uma infinita insônia.
Aflito,
Somente lembro,
Que este momento,
É apenas uma fase.

A cidade é um hospício



A loucura se alastrou pela cidade,
Assim já dizia o poeta.
Nem todos num manicômio,
Nem todos se acham doentes.
Nosso mal maior,
É a falta da noção com relação ao próximo,
Que está cada vez mais próximo.
A cidade enlouquece nas noites quentes,
O suor derramado é o sinal da doença,
Algo clínico ou psíquico,
Uma ajuda e nada mais.
A cidade já não é a mesma,
Ela luta para resumir seus atos,
Em pequenas ocorrências na madrugada.
Durante o dia é apenas barulho,
Pessoas gritando, carros gritando,
Trens descarrilando,
É o que temos de normal doentio.
Uma cidade que não se cuida,
Doentes que ignoram a própria ignorância.
Uma clínica de concreto,
Onde todos são livres,
Onde a lei não prevalece,
E serve somente a alguns.
Uma menina desesperada pede socorro,
Seus gritos não são ouvidos na multidão.
Somos apenas marionetes de uma rotina insana,
Que nos tortura como escravos,
E não percebemos o mal que está por trás,
De cada detalhe escondido nas entrelinhas,
De palavras e propagandas mesquinhas, consumistas,
Que nos levam ao extremo,
Que nos traduzem numa raça desprezível,
Que propícia toda desigualdade que presenciamos,
E mesmo assim ignoramos,
Pois nossa cama quente e macia está garantida.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Minha menina



Minha menina é doce, mas complicada. Acorda sempre azeda, porém adoro olhar para seu rosto angelical. Uma mulher de pura sinceridade e altamente impressionável.
            Quero poder protegê-la do mal do mundo e ao mesmo tempo quero que ela tente entender as pessoas. Nem sempre os erros são intencionais. Não tenho palavras para explicar porque olho tanto para ela durante o dia, apenas admiro sua beleza e seu jeito de mulher.
            Na pureza de seus atos me encantei, talvez por isso tenha me apaixonado. Não sei explicar também, creio que nem tudo precisa ser tão racional. Minha menina é metida, ela me completa e me incomoda.
            Minha menina é indecente, provocativa quando quer, é meiga e carinhosa e é também silenciosa. Não sei o motivo do silêncio, mas sei que ela precisa ficar quieta. Palavras podem atrapalhar seus pensamentos. Ela pode virar uma fera, pode chorar ou sorrir. Quem um dia entenderá uma mulher?
            Complexa? Sim ela é como todo ser humano, mas é doidinha. Uma mistura de tudo que queria ou um dia imaginei para mim. Seu coração é enorme, porém sensível, é preciso cuidado para não magoar.
            Minha menina tem uma força que nem ela imagina que tem, talvez um dia ela descubra. Seus defeitos são engraçados. Deve ser por causa da minha apaixonite, mas não vejo nada de errado. Não é perfeita. É perfeita para mim. Um dia vou entendê-la ou não.
            Assuntos do coração desafiam a razão. Só posso dizer que nesse desafio ela é minha razão. Aprendi a não ser tão egoísta e a me preocupar. Aprendi a ser feliz. Aprendi que a paz é possível de ser alcançada. Aprendi que um sentimento pode crescer até o infinito e ser incondicional. Aprendi que quero tentar viver da melhor forma possível.
            Com ela aprendi a querer entender as pessoas e que o mundo pode ser um lugar fantástico de habitar. Creio que com minha menina tenha aprendido e enxergado claramente através dos seus olhos a beleza da vida.
            Na minha cidade é verão. O estresse é inevitável, a irritabilidade é parte do cotidiano e humores exaltados se manifestam nessa época, pois o sangue ferve nas veias.
            Mesmo assim a calmaria dos dias com ela é uma paz que me foi proporcionada. Que a vida mudou num sentido mais profundo. O olhar mais humano se manifestou. As expectativas aumentaram e todo o resto não importa.
            O que posso dizer mais? Ela é chata, azedinha, mas é doce e boa. Minha contradição que tira o sono e entrega de volta quando quer. Enfim, ela é minha cara metade, quem eu procurava, meu sonho, em resumo meu amor.