quinta-feira, 31 de março de 2011

Dia dezenove


Todo dia dezenove é incompleto,
Você está longe.
Nesse dia o Sol não brilha,
Apenas chora.
As estrelas surgem sem vontade,
E a Lua se esconde.
Se fui feliz com você,
Não soube entender,
Que era feliz,
Sem saber.
Mas ainda posso sonhar,
Imaginar,
Delirar,
Sobre seu jeito,
Que me deixava sem jeito,
Que me fazia ter jeito.
Sei que fui feliz com você,
Cada minuto,
Em cada beijo doce,
Que sua boca tocava a minha.
Se me perdi,
Errei e perdi você,
Não foi por mal,
Mas terminou,
Em dias chuvosos de inverno,
O que havia começado,
No calor do verão,
Não apenas paixão,
Um amor puro.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tesouro

Gostaria de poder descrever sua beleza,
Mas foi desenhada perfeitamente,
E não posso descrever a perfeição.
Gostaria de tocar seus lábios doces,
Mas estão longe demais para tocá-los.
Adoraria sentir sua pele macia,
Em meu rosto,
Numa quente de verão,
De Lua cheia,
Esta com inveja de sua beleza.
Queria ter me apaixonado antes,
Para saber como é realmente sentir,
O que os bobos amantes sentem.
Queria ser seu amante dos sonhos,
Pois você menina,
Hoje mulher,
È como um tesouro,
Que muitos vêem,
Mas poucos descobrem.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Dádiva

Em cada palavra angelical,
De um rosto angelical,
Que conheci uma pessoa,
Teimosa, mulher forte.
Não eram defeitos,
Nem tantas qualidades,
Era você simplesmente pura.
Comigo por um instante,
Comigo para sempre,
Que acabou e recomeçou.
Te vi, duvidei,
Mas percebi,
Que era verdade,
Que era possível,
Existir alguém como você.
Meiga e difícil,
De decifrar,
Não como outras,
Me parece um enigma,
A ser descoberto,
Uma dádiva que tive,
Quando cruzou meu caminho.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Insônia e solidão


Insônia na madrugada,
Vontade de te ligar,
Você não vai aceitar,
Vi no seu olhar quando partiu.
Mesmo que lembre de um passado,
Que fale do desespero,
É madrugada e nada atrapalha teu sono pesado,
E a ligação não completa.
Repito teu nome,
Relembro em canções,
Para cada longo minuto de solidão.
Amanhece e volta o caos da cidade,
Noite mal dormida,
Saudade no peito,
Esquecimento,
Na correria de mais um dia normal.

Odeio, mas amo.


Odeio as noites de festa ,
Pois me lembra o começo.
Odeio os dias de chuva e frio,
Pois estávamos nos aquecendo.
Odeio o gosto do chocolate,
Me faz lembrar seu beijo doce.
Odeio viajar,
Pois contigo conheci os mais belos lugares.
Odeio dias de Sol ou o brilho da Lua,
Pois sua beleza irradiava e me encantava,
Todos os dias e a todo momento.
Odeio os sábados ao meio-dia,
Era quando começava nossos finais de semana.
Odeio o toque do telefone,
Pois sempre foi sua voz doce dizendo que me amava.
Odeio ter que odiar tudo isso,
Mas não odeio você,
Pois você,
Tornou-se inesquecível.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Descaso

Não iria adiantar se eu chorasse,
Nessa noite de insônia.
Não poderia gritar,
Nem sequer telefonar.
Toca o telefone, está mudo.
O grito não sai,
O silêncio da madrugada assusta,
À espreita ninguém está,
Estamos trancados.
Dormir e não acordar,
Sonhar o absurdo,
Tentar dizer que foi por acaso,
E que o acaso terminou.
Em meio ao caos,
De um lugar desigual,
A dor não incomoda,
O choro não emociona,
A conquista é apenas uma manchete.
De amores e paixões,
O prazer não se satisfaz,
Com as mentiras,
Iguais de tantas iguais.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Livre para voar

Dos dias que estive preso,
Sonhei com o que havia de sublime.
Do que havia sonhado,
Pouco me restou,
Mas o tempo me fez ver,
Que podia fazer o que queria fazer.
Da vida que podia levar,
Saudades do aconchego e das certezas,
Da vida que posso levar,
Incertezas que carrego no peito,
Sem olhar para traz,
Sem me arrepender.
Livre para voar,
Vou voando para sonhos maiores,
O que aconteceu foram tentativas,
De um mundo perfeito,
Que não cabia no meu mundo,
Ele me parecia pequeno.
Ao olhar para traz posso ver,
Que o pouco que andei,
Bastou para mostrar,
Que precisava estar livre para voar.

terça-feira, 8 de março de 2011

Paixão passageira

Dor, martírio insuportável,
Capaz de enlouquecer o mais sóbrio dos seres.
Há quem sofra por amores impossíveis,
Daqueles crimes que não deixam vestígio,
Impressões no coração,
Solidão atenuante,
À espera da tua presença.
Se o pecado está perto ou longe,
Que o caminho do destino mostre a direção.
Se o pecado é uma ilusão ou sonho,
Que minha alma se perca na tentação.
Menina que chora em noites escuras,
Mulher que sacia desejos impróprios.
Na janela ao lado,
Ouço gritos de socorro,
Na frente do espelho tenho o rosto assustador.
Apenas uma madrugada,
De brisa suave,
Prazeres noturnos,
Sabores infames,
Noções do absurdo.
A festa continua,
No andar de cima
Conversas banais de um futuro promissor.
Se gritasse agora,
Seria um louco,
Se corresse agora ainda um louco,
Se te beijasse agora,
Um amante de uma paixão passageira.