quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desmanchando no ar


Em cada verso busco a essência,
Onde o ser humano guarda seus segredos.
Dor, paixões,
De onde vem e que rumo toma.
Uma reconciliação,
Ou um fim que basta.
São marcantes quem passou,
Quem hoje está,
E quem sempre será.
Na obscuridade, ou na Lua cheia,
O que vive nessa confusão,
É uma vida em movimento,
Que se alimenta deste movimento.
Nem tudo pode parecer o que é,
Mas as dúvidas vão sendo esclarecidas,
Em cada novo encontro,
E o sonho de estarmos juntos,
Vai se desmanchando no ar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Não peça socorro


 Quem poderia ajudar,
Hoje já não se importa.
Quem poderia dar um abraço,
Está ocupado demais.
Quem poderia fazer companhia,
Pensa somente em si.
Se o sofrimento é grande,
A solidão é maior.
Se não há saída,
Ninguém pode dar a mão,
As mãos estão ocupadas.
Quem vinha sempre,
Não vem mais,
Pois acha que tem razão,
Nas razões medíocres.
Quem pode estar ao lado,
Está dormindo,
E na madrugada,
Há apenas nós dois,
Eu e meu sofrimento.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Novo louco amor

Foi numa noite quente de verão,
Que senti seu corpo derreter ao me tocar.
Você fervia de tanto desejo,
Eu contemplava o sublime.
Se eras minha não sabia,
Se tem um coração cruel,
É meu sonho mais profano.
De toda insensatez,
A minha foi dar o primeiro beijo.
Minha perdição,
Minha sina,
Minha maior tentação.
Mulher como poucas,
Única em meus sonhos.
Foi numa noite quente,
Que te conheci,
Num verão perdido,
Já sem amores,
O destino foi travesso,
E trouxe sua sedução,
Para me encantar.
Nessa noite que nem sequer reparei na Lua,
Você com seu perfume embriagador,
Me trouxe e levou e trouxe novamente aos normais.
Não havia cobranças,
Não havia nada além de um prazer,
Que não terminou antes do Sol nascer.
Se era para esquecer,
Hoje só lembro de ti,
Se era para ser mulher,
Fostes como nenhuma outra.
Jovem menina,
De olhos e cabelos negros,
De pele clara e macia,
Meu maior prazer foi tocar,
Sentir um cheiro que nunca senti,
Liberto do passado,
Vivo num paraíso perdido,
Numa noite quente de verão,
E puro desejo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Idéias


Idéias me vêm à mente,
Como um turbilhão de uma pequena,
Dose de desejo e loucura.
Em meu mundo,
Transformo sensações,
Crio os fatos,
Variáveis do paraíso.
Perdido numa noite escura,
Sinto o corpo tremer,
Não um sentimento sequer.
Distante de uma realidade inaceitável,
Vago por labirintos,
Que satisfazem minha alma.
Neste labirinto,
Os prazeres são eternos,
Os amores correspondidos,
As paixões avassaladoras.
Um labirinto que ninguém,
Deseja encontrar a saída,
Nem mesmo fugir.
Um paraíso,
Numa eterna confusão,
Sem muros, nem grades,
Apenas a manifestação,
De um inconsciente,
Insaciável.

Ilusão

Minha dor, ódio, raiva,
Consumindo de meu ser,
Por alguém que não reconhece o amor,
A solidão me acompanha.
Dos erros que não cometi,
E minha entrega esquecida.
Hoje rastejo pelo que não fiz,
Não obtenho perdão,
Pois perdi a crença,
Perdi a fé,
A esperança.
Dor sem fim,
Quebrar, destruir, e não mais reconstruir,
O mundo desaba,
E o fim parece inacreditável.
As lágrimas do meu rosto,
É a manifestação do que ninguém pode ver,
Desses sentimentos de um fim inesperado.
Quem dera a dor passasse,
Ou esse momento fosse um pesadelo.
Mas os fatos não mentem,
Meus olhos vermelhos,
Meu rosto inchado,
E nada pode ser esquecido,
Nem mesmo num sono,
Nem mesmo entorpecido,
Esqueço da perda inigualável,
Insuportável,
Destruidora,
Do que um dia foi um sonho,
Um soneto,
Um canto de um pássaro,
Um belo amanhecer de primavera,
Com seu perfume de rosas.
Mas tudo me consome,
Como num abandono total,
Entrego a vida,
Não desejo a vida,
Assim torturante,
Assim que maltrata.
Adormecer e não pensar em nada,
Desistir dos sonhos sem mais sonhar,
Desejar o proibido,
Entregar-se à loucura,
Ao que não entendem os normais,
Mas nada há de sábio,
Nem sequer de belo,
Pois a loucura que me resta,
É de um amor perdido,
Que enlouquece,
Que nada mais sobra de uma vida,
Nada mais que ilusão.