domingo, 14 de outubro de 2012

Reunião forçada



Um fato marcante nos dias atuais e que se tornou alvo de estudos e críticas de todo lugar do mundo, seja em revistas, jornais ou debates na televisão com uma série de especialistas é a atual tecnologia e sua forma de comunicação.
            Internet, televisão interativa com uma série de canais, aparelhos eletrônicos com recursos cada vez mais sofisticados, conforme dizem os especialistas afastaram as pessoas, as famílias dentro da mesma casa que já não se reúnem para realizar atividades juntos. Toda essa mudança se tornou alvo de críticas e podemos concordar que de certa forma as mudanças nesse âmbito modificaram a dinâmica das relações.
            Realmente chegamos ao absurdo de pais e filhos se comunicarem por mensagem de celular estando na mesma casa, porém em quartos diferentes. Ou amigos sempre conectados à internet, onde é mais fácil falar com eles online do que ao vivo.
            Porém existem fatores que modificam toda essa dinâmica de forma drástica. Dois deles são fatais para proporcionarem um encontro forçado entre pessoas com o mesmo interesse, as mesmas reclamações e as mesmas risadas em função do transtorno. A falta de luz e a “rede” caírem junto. Sem comunicação, sem luz, as pessoas saem de suas casas, saem de suas prisões e mundinhos e encontram outras pessoas.
            Certamente o assunto começa com a reclamação do serviço prestado pela companhia responsável e se estende pelo tempo, futebol e atualmente pela política.
Nesse momento esse contato não sofre interferências, pois a televisão, a internet, o celular estão “desativados”.
            Um bom motivo para sair para rua, ficar na calçada, e conversar com a pessoa mais próxima. Qualquer assunto é interessante, pois o contato pessoal se tornou tão difícil que o maior absurdo dito rende uma boa conversa.
            É notável como nos tornamos mais especializados em nossas áreas de trabalho e mais burros em relação a uma visão global de mundo mesmo tendo o mundo na frente de uma tela.
            O fato é que o interessante e que chama a atenção, não é a informação que nos faz pensar, nos leva a refletir, mas sim as redes sociais que mostram fotos, acesso a bate papo, e piadinhas para passar o tempo. Não buscamos conhecimento, temos a curiosidade pela vida alheia. E isso que move e enriquece os criadores dessas redes.
            A luz volta, o sinal da internet está normalizado e a vida continua. Aquela conversa é esquecida e voltamos para nosso pequeno mundinho digital.

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