A loucura se alastrou pela cidade,
Assim já dizia o poeta.
Nem todos num manicômio,
Nem todos se acham doentes.
Nosso mal maior,
É a falta da noção com relação ao
próximo,
Que está cada vez mais próximo.
A cidade enlouquece nas noites quentes,
O suor derramado é o sinal da doença,
Algo clínico ou psíquico,
Uma ajuda e nada mais.
A cidade já não é a mesma,
Ela luta para resumir seus atos,
Em pequenas ocorrências na madrugada.
Durante o dia é apenas barulho,
Pessoas gritando, carros gritando,
Trens descarrilando,
É o que temos de normal doentio.
Uma cidade que não se cuida,
Doentes que ignoram a própria
ignorância.
Uma clínica de concreto,
Onde todos são livres,
Onde a lei não prevalece,
E serve somente a alguns.
Uma menina desesperada pede socorro,
Seus gritos não são ouvidos na
multidão.
Somos apenas marionetes de uma rotina
insana,
Que nos tortura como escravos,
E não percebemos o mal que está por
trás,
De cada detalhe escondido nas
entrelinhas,
De palavras e propagandas mesquinhas, consumistas,
Que nos levam ao extremo,
Que nos traduzem numa raça desprezível,
Que propícia toda desigualdade que
presenciamos,
E mesmo assim ignoramos,
Pois nossa cama quente e macia está
garantida.
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