segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lugar incomum

Foi andando por ruas escuras,
Becos que desconhecia,
Onde poucos ousam entrar,
Que encontrei certo ar de conforto.
Na marginalidade caminhavam almas perdidas,
Fantasmas da noite que surgiam de repente,
Não assustadores como diziam,
Mas se mostrando de uma outra forma.
Mostrando o que as pessoas não querem ver,
Não querem ver a carência, mas também o sorriso,
Não querem ver que naquele desespero há um charme,
Uma mistura de sedução com tristeza.
Em cada olhar um novo mistério de uma história,
Que se esconde da luz do dia e se manifesta à noite.
Mesmo que estivesse perdido, não havia para onde ir,
O lugar certo para chegar, nem mesmo um caminho seguro.
A fumaça encobria os rostos em chamas incandescentes,
As luzes refletiam nos olhos dispersando encanto,
Por esse mundo, estranho, agitado, perturbado.
Um vício que aumentava a cada dose,
Mas não havia solidão, nem mesmo medo,
Era uma noite comum, onde o caminho escolhido foi outro,
E nessas fantasias é que havia a magia que tornava,
O que havia de perturbador em poesia de vidas estranhas,
Era apenas um lugar incomum.

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